AALTO procura democratizar o acesso à internet de alta velocidade através de drones movidos a energia solar

No início de 2021, a Alphabet encerrou o Loon. Foi uma história familiar dentro da história do Google X: um moonshot ambicioso com um grande potencial que falhou antes de ganhar qualquer tipo de tração significativa após quase uma década.

“Apesar do extraordinário progresso técnico do Loon,” explicou a X com um toque de melancolia na página do antigo projeto, “o caminho para a viabilidade comercial se revelou muito mais longo e arriscado do que o esperado, então em 2021 a jornada do Loon chegou ao fim.”

O projeto utilizava balões meteorológicos para fornecer internet de alta velocidade para locais que careciam de infraestrutura, como a África Subsaariana. O Loon despertou bastante interesse e foi utilizado após desastres naturais, como o furacão que devastou Porto Rico em 2017.

Algumas das tecnologias fundamentais do Loon sobrevivem em outros projetos da Alphabet. Seu espírito, entretanto, é mantido pela Airbus através da AALTO. Onde o Loon dependia de balões, no entanto, o novo projeto utiliza drones Zephyr movidos a energia solar.

“[Loon] conseguiu um envolvimento muito bom com os clientes,” disse o CEO da AALTO, Samer Halawi, ao TechCrunch em uma entrevista na Mobile World Congress na semana passada. “Eles conseguiram que as pessoas se cadastrassem no serviço muito rapidamente. O que aconteceu, porém, foi que os balões se movimentavam. Para superar isso, eles usaram vários balões e transmitiram um sinal de um para o outro. No final, eles tiveram que usar oito vezes o número de balões para cobrir a mesma área.”

A AALTO depende de drones de asa fixa, que são — no mínimo — mais previsíveis em seus movimentos do que os balões meteorológicos. A Airbus adquiriu a tecnologia dos drones de asa fixa do spin-off do Ministério da Defesa do Reino Unido e da Space QinetiQ em 2013.

Os Zephyrs decolam de uma pista circular, subindo em uma espiral que se alarga. Os drones alcançam a estratosfera a uma altura de mais de 60.000 pés. Isso os mantém acima das aeronaves comerciais, bem como de fenômenos climáticos que podem interferir na cobertura solar. Acontece que o espaço aéreo também não é regulamentado em quase o mesmo grau do que aquele abaixo dele.

De acordo com os números da AALTO, cada drone pode cobrir até 7.500 quilômetros quadrados de superfície terrestre — ou o equivalente a até 250 torres de celular. Uma vez no ar, o sistema pode operar por meses apenas com energia solar. A cada seis meses, aproximadamente, o sistema pousará para uma troca de bateria, já que estas ainda têm uma vida útil limitada.

O mercado da AALTO inclui acordos com operadoras, bem como agências governamentais. Assim como o Loon antes dele, a empresa também está explorando implantações temporárias para torres de celular derrubadas após desastres naturais.